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PREMEDITATIO MALORUM – Agilidade pensando que a árvore que Abraçam vai cair ou já caiu

Venho percebendo que os agilistas (no modo geral) tem a tendência a serem otimistas e acima de tudo positivos em relação as ações que fazem nos times … O que é bom para a saúde, na minha visão, pois reduz o estresse e a ansiedade, e claro, torna a vida mais feliz e problemas se tornam mais suportáveis. Nem sempre é fácil. Mesmo assim, muitos fazem a Pollyanna e continuam vendo o copo meio cheio, não importa quantas evidências existam.

Porém o problema do otimismo, em excesso, para Tali Sharot, pesquisadora é professora de neurociência cognitiva no departamento de Psicologia Experimental da University College London, os resultados sugerem que nós escolhemos as informações que iremos ouvir. E, quanto mais otimista formos, menor nossa propensão de sermos influenciados por informações negativas sobre o futuro.

Por isso a algum tempo, uns 5 anos, venho trabalhando no conceito de Premortem, projetada pelo psicólogo Gary Klein, que é um jeito mais simples de pensar preventivamente é a melhor forma de se sair bem de situações de estresse.

Esta técnica foi “Gurmetizada” é hoje é chamada de Antifrágil, muito conhecido por alguns Agilistas que leram o Livro do Taleb “Antifragile: Things That Gain From Disorder – 2012”, Livro muito bom por sinal ….

Porém a prática remonta muito mais do que apenas à psicologia, agilidade, etc. Ela remonta a mais de dois milênios, na verdade, aos grandes filósofos estóicos como Marco Aurélio, Epicteto e Sêneca. E eles tinham um nome ainda melhor para isso: Premeditatio Malorum (premeditação dos males).

Tem uma passagem de Sêneca (ou Lúcio Aneu Séneca, para quem não sabe ele foi acusado da morte de Nero .. .Mas depois vcs podem Googlar – Verbo Googlar .. neologismo … rs ) que gosto muito :

“O que é bastante inesperado é mais esmagador em seu efeito, e o inesperado aumenta o peso de um desastre. Esta é uma razão para garantir que nada nos surpreenda. Devemos projetar nossos pensamentos à nossa frente a cada momento e ter em mente todas as eventualidades possíveis, em vez de apenas o curso normal dos acontecimentos. Ensaie-os em sua mente: exílio, tortura, guerra, naufrágio. Todos os termos do humano devem estar diante de nossos olhos”.

Tendo isso como base o que vejo no mercado … A maioria esta com o pacote pronto para ser vendido … E frases … “Vcs não tem Mindset”, “Temos de fazer uma Squad”, “Esta empresa esta acostumada ao Comando e Controle” .. São jargões muito utilizados dentro do nosso mercado de Agilidade …

Dando a entender que os Agilistas tem um Dom divino e a sua mentalidade é a mais evoluída e a empresa (ou equipe) é a retrógrada … Mas enfim, o que vejo a alguns anos ( mais ou menos a 8, baseado nas empresas que dei consultoria, +/- 20 ) e que muitas grandes empresas (acima de 3000 funcionários) começaram a ter uma opinião negativa sobre o Ágil (vendido por alguns) é que ele não tem entregado o que promete …

O cenário das empresas de grande porte que tem tentado utilizar o Agile como processo e depois de experiências, nada agradáveis, tem se utilizado de uma técnica mais “disruptiva” que é se aliar a start-ups para gerar equipes dedicadas a inovação de processos e uso de tecnologias, bem como a desenvolvimento de estruturas mais horizontais. Ou seja, mudar diretamente uma equipe que esta no olho do furacão, apenas baseado em achismos, não tem sido a escolha.

Tendo isso como base a analise é simples … O Romantismo da Agilidade, não se sustenta por si só, como disse Deming : “A bad system will defeat a good person anytime” …. A boa vontade e a positividade são necessárias, mas um toque de realidade “chocante” é o que os agilistas precisam inserir no dia a dia das equipes (operacional, tática e estratégica) … A comunicação entre as camadas tem de existir, com o total conceito de transparência e visão das possibilidades e das consequências das escolhas.

Então o que fazer … Vejo que a “estratégia dos halteres” como “uma atitude dupla de proteção em algumas áreas e assumir pequenos riscos em outras, obtendo assim a antifragilidade”. Jogar com segurança reduz a potencial desvantagem da volatilidade e assumir pequenos riscos expõe você aos ganhos potencialmente massivos do mesmo caos. Um exemplo seria uma empresa de produtos criar MVPs com baixo investimento (lado direito do halter) enquanto ela ainda ganha dinheiro com o seu produto vaca leiteria (lado esquerdo do halter).

Nunca aceitar conselhos por alguém que não tenha “skin in the game”. Vivemos em um mundo em que as ações, as opiniões e os conselhos das pessoas são separadas das consequências. Aceitar conselhos, opiniões e até mesmo contratos assimétricos com clientes e fornecedores irá apenas aumentar a sua fragilidade.

Existem hoje, frames que ajudam na tomada de decisão, oferecendo um senso de lugar, que podem dar os tomadores uma percepção sobre o impacto das mesmas.

Enfim, este é um ponto de vista baseado nas minhas experiências, e como tal, podem ser comentadas … Mas não tem o propósito de venda e sim de reflexão baseado no seu Habitat (local de trabalho) … As soluções de prateleira, tendem ao fracasso, quando esquecemos aonde estamos atuando.

Valeu 🙂

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