Durante minha vida profissional, pude acompanhar diversas fases e modas que vieram como o “Balsamo Solucionador de Problemas” …. Mas de uns anos para cá ( mais exatamente 6 anos, na minha visão ) o mundo entrou em um parafuso cultural em que os “Achistas de Plantão” e os “Especialistas de Rede Social” começaram a ter protagonismo …. Muitas vezes por sua capacidade de Palco ou Pirotecnia, do que propriamente por conhecimento ou experiência.
Aprendemos, mas muitos esqueceram, que os planejamentos devem ser realizados sobre fatos … Desta forma geramos a tão querida Premissa, mas sem dúvidas o que temos hoje, são planejadores que usam a opinião como linha mestra.
Nada contra a opinião, até tenho muitas, este artigo é uma opinião ( em si ), mas tornar uma opinião um fato … Ai já fica complicado … Sir Arthur Conan Doyle, criou um personagem chamado Sherlock Holmes, que utilizava o raciocino abdutivo (lógica filosófica – inferência, indução e a dedução), como meio de solucionar problemas, ou seja ele se baseia em Observações e Indícios, o que significa Olhar e Colher Dados, vou repetir, Olhar e Colher Dados. Tanto que uma de suas frases que estão no livro Coroa de Berilios – “Por enquanto, ainda não dispomos de dados […] É um erro capital formular teorias antes de contarmos com todos os indícios. Pode prejudicar o raciocínio.”
Na filosofia, a pergunta é a habilidade de questionar os cenários e as circunstâncias, torna-se um impulsionador para que ampliemos nossas ideias e conexões. Mas acima de tudo é necessário colher dados para que geremos as informações necessárias.
Aprender a fazer as perguntas, muitas vezes simples porém poderosas e positivas, como: E se? Por quê? Para que ? Como podemos? Quais as causas? Quais alternativas? Onde procurar?
Em qualquer área profissional, mas especificamente na minha, somos obrigados a dirimir Fatos de Opinião. Temos de gerar o questionamento. Mas não aquele questionamento tipo Mestre dos Magos : Que faz uma pergunta sem sentido, da uma resposta sem nexo e se esconde atrás da moita para ninguém achar.
Os questionamentos, mais do que as Soluções ( de prateleira muitas vezes ) ajudam a desenvolver o senso crítico e analítico, mas acima de tudo o pensamento lateral ( definido quando se tem uma orientação ou um ponto de vista diferente na linha normal ).
Existe uma tendencia a colocarmos a culpa no HIPPO ( Highest Paid Person Opinion ), mas de certo quando isso acontece, não estamos preparados para o embate de ideias e nem de argumentos. AIHHHNNNN MAS EU PRECISO MANTER O MEU EMPREGO … AIHHHNNN QUE VOU FAZER DA MINHA VIDA … De boa se você como profissional se sujeita a isso, para ter no final a tão linda resiliência, me desculpe, isso não é gloria .. é martírio.
Busque dentro dos times após observar, gerar dados que evidenciam o que esta ocorrendo, para que consigamos combater o Achismo Estrutural. Donald Reinertsen em seu livro The Principles of Product Development Flow sugere que façamos a seguinte pergunta em reuniões de priorização de projetos: Quanto custaria à empresa, no resultado antes dos impostos, se atrasasse em 60 dias a entrega de um projeto para o mercado? Ele descobriu que as pessoas, utilizando apenas o Achismo, variam em até 50 vezes esse valor. Isso significa que em um mesmo grupo, para um mesmo projeto, algumas pessoas dirão que o impacto será de $100.000,00 e outras dirão que será de $5.000.000,00.
Até a SCRUM.ORG, indicou ano passado um tema específico para Medição (baseada em fatos), que é Medir valor para permitir melhoria e agilidade, chamado de EBM (EVIDENCE BASED MANAGEMENT)
Por isso uma dica valiosa é Antes de dizer que o time não tem mindset, falar que o problema é a cultura da empresa, dizer que a Alta Administração não apoia as causas, vejam se estamos chegando com Soluções prontas ou realmente sentamos para entender o Problema. Evidência e Entrega, estas são as duas ações primordiais esperadas.
Enfim, mais um artigo sem a pretensão de contestação, apenas com o objetivo de reflexão. Haja visto que até um relógio quebrado acerta duas vezes no dia .. rsssss
Valeu 🙂
