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Lord of the Agile

Imaginem o seguinte cenário de projeto:

•Para: Habitantes da Terra Média
•Que: Querem se livrar do Sauron e do mal que ele traz
•A: Sociedade do Anel
•É um: um grupo formado por 2 homens, 1 Gandalf, 1 elfo, 1 anão e 4 hobbits
•Que: vão até a Montanha da Perdição para destruição do Anel
•Ao contrário de: De outras tentativas em destruí-lo que corromperam seus portadores
•Nós: temos hobbits que são mais resistentes as influências do Anel.

Essa estória é conhecida por todos que leram os livros de J. R. R. Tolkien ou assistiram aos filmes de Peter Jackson, mas neste artigo traço um paralelo das ações dos nossos heróis em relação a elaboração, execução e gerenciamento de um projeto, que poderia ter melhores resultados com seus riscos melhores avaliados. E com um pouco de humor, mostrar similaridades dos papéis do Scrum nesta estória fantástica, com isso apresento:

Lord of the Agile

Dia 25 do mês de outubro do ano 3018, na Terra Média, reúnem-se para discussão do projeto Sociedade do Anel, onde os representantes das raças élficas, anões e humanos discutem a redescoberta do Anel que coloca em risco a paz e tranquilidade de todas criaturas da Terra Média.

O projeto é discutido brevemente, sem um maior levantamento de riscos ou mesmo dos requisitos necessários para execução do mesmo.

Por seu conhecimento, Gandalf, o Cinzento (figura 1) é “escolhido” como Product Owner do projeto, afinal conhece os caminhos necessários para sua execução.

Figura 1 – Gandalf, o Cinzento – Product Owner

O objetivo é simples, levar o Anel até a Montanha da Perdição e jogar o Anel dentro do vulcão para ser destruído, porém o Anel pode influenciar as pessoas ao seu redor de forma que são tomadas por um desejo de possuí-lo pelo poder que carrega, o que corrompe seu portador. Porém os hobbits criaturas que vivem à margem desses conflitos demonstraram ser mais resistentes a essa influência, e com isso os candidatos ideais para transportá-los. Nesse caso Frodo (figura 2) é o hobbit que será o portador do Anel.

Figura 2- Frodo – Membro do Time

Dia 25 do mês de dezembro do ano 3018, na Terra Média, a Sociedade do Anel (figura 3) parte para execução do projeto, os riscos são conhecidos porém tratados vagamente, bem como a falta de um melhor um melhor esclarecimento das estratégias, ou caminhos para alcançar o objetivo. Não há um Scrum Master bem definido, o papel mais próximo deste seria do humano Aragorn (figura 4), que reluta em assumir esse papel.

Figura 3- Sociedade do Anel, Scrum Master, Product Owner e Equipe de Desenvolvimento

Figura 4 – Aragorn, Scrum Master

Logo no começo um contratempo, o caminho escolhido pelo Product Owner, a montanha Cardhras, a Cruel, acaba bloqueado pelas condições climáticas do local, as quais são conhecidas e poderiam ser previstas, porém como não existem Reuniões Diárias a equipe simplesmente segue o Product Owner na direção indicada sem entender o que está envolvido.

Outro risco que poderia ser mitigado nas reuniões diárias seria conversar com a equipe se alguém está começando a sentir a influência do Anel o que poderia, como vamos ver, evitar problemas futuros.

Com esse cenário de caos e falta de comunicação a equipe altera seu caminho para atravessar por Moria, uma mina o qual não se sabe exatamente as suas condições e com riscos que não poderiam ser calculados.

Logo na entrada dia 13 de janeiro de 3019 enfrentam um Vigia da Água, criatura que ao entrarem derruba a entrada os prendendo dentro do caminho, fato que os impede de qualquer mudança de rota uma vez que o impedimento físico era intransponível.

Nesse ponto percebam que o Product Owner conhece os caminhos e tem noção dos riscos, porém detém o conhecimento para si o que faz que os desafios enfrentados se tornem mais difíceis devido à falta de comunicação o que causa uma falta de preparação do time.

Uma vez dentro seguem o Product Owner e descobrem que o local está infestado de ameaças, as quais eles contavam que os orcs, criaturas que atuavam com o inimigo, haviam morrido em batalhas passadas, porém os números encontrados superavam as expectativas e ainda haviam outras ameaças como por exemplo um Troll (figura 5). Qual a saída? Correr pelas suas vidas…

Figura 5 – Troll, ameaçando a execução do projeto

Nesse ponto todos os problemas sobre o Gerenciamento do Projeto, colidem com força e de uma vez. Go Horse, quem não viu isso acontecer em projetos que a comunicação não funcionava, riscos não eram avaliados e a equipe seguia cegamente um Product Owner. O Scrum Master removia os impedimentos, mas também só isso, seu papel como coach era de coadjuvante o que afetava todos por uma falta de posicionamento firme que poderia ajudar a que os fatos que os levaram até aquele momento pudessem ser evitados.

Durante a corrida por suas vidas, mais riscos não previstos ou comunicados, surge um ser Ancestral para “fazer frente” ao Product Owner, um Balrog (figura 6). Os dois se confrontam e o time perde seu Product Owner… literalmente. Em uma analogia imaginem um Product Owner confrontando a Administração Antiga de sua empresa e nesse confronto entre ideias novas e o velho, ninguém sai ganhando, pois ao invés de haver entendimento acontece confronto, e confrontos separam, não agregam.

Figura 6 – Product Owner vs Administração Antiga

Com esse “sacrifício” do Product Owner a equipe consegue sair das Minas Mória, porém estão mais perdidos do que nunca… Todos olham para o Scrum Master, e agora? O Scrum master percebe isso e tenta recompor a equipe, ele sabe onde chegar, mas está inseguro quanto ao caminho, e quanto seu papel na equipe.

Sabendo que os inimigos ainda os perseguem simplesmente seguem adiante. Acabam chegando em Lórien local protegido por elfos, aliados que podem dar algo muito valioso para eles, tempo para uma retrospectiva… Durante um projeto, poder parar e avaliar os acertos, erros e traçar um plano de melhorias vale ouro, porém mais uma vez simplesmente seguem em frente.

O Scrum Master decide um caminho, afinal todos olham para ele agora que o Product Owner se foi, o que acabou sendo útil, pois forçou ele a assumir seu papel de forma mais pró ativa e isso ao longo do projeto será fundamental. Porém vícios foram mantidos, como a falta de comunicação e planejamento. Go horse again…

Tanto que o projeto nesse momento acaba perdendo seu foco… Os orcs alcançam a equipe que mais uma vez é pega despreparada, desprevenida, para piorar um dos membros do time está afetado pelo Anel e tenta toma-lo do portador que foge antes da chegada dos inimigos, que infelizmente matam mais um membro da equipe, o humano Boromir (figura 7).

Figura 7 – Scrum Master, me salve…

Dia 26 de fevereiro de 3019, exatamente 63 dias após o inicio, o time perdeu seu Product Owner, um membro da equipe e ainda, já com números reduzidos se separou… Os orcs sabem que um hobbit tem o Anel, como são 4 (quatro) hobbits pegam os 2(dois) que eles encontram, Merry e Pippin (figura 8) e levam para seu “chefe”.

Figura 8 – Merry e Pippin

Enquanto o Scrum Master, Aragorn, junto do elfo Legolas e do anão Gimli (figura 9) partem para resgatá-los.

Figura 9 – Aragorn, Legolas e Gimli

Frodo e Sam (figura 10) decidem continuar o projeto original.

Figura 10 – Sam e Frodo

Neste momento, o projeto dividiu-se em 2(dois) sendo que o primeiro é o objetivo principal e o segundo foi causado pelas diversas falhas de Gerenciamento que aconteceram durante esta primeira fase. Temos o Scrum Master abandonando o projeto principal e deixando ele nas mãos de membros da equipe, os quais não tem conhecimento, treinamento e nem noção do que fazer agora… Olhando desta forma eu penso como eles conseguiram mesmo hein!

Continua…

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